
À semelhança do que aconteceu com a Gripe A, também este novo coronavírus está já a ter fortes impactos na economia chinesa. Impactos cada vez maiores à medida que aumentam o número de infetados e as restrições impostas pelo Governo chinês.
Por estes dias, poucos ou nenhuns seres humanos que vejam notícias quererão viajar para a China e os que lá estão teriam muita dificuldade em sair se quisessem. Por isso, uma após outra, as companhias aéreas mundiais vão anunciando a suspensão dos voos.
As grandes marcas internacionais seguem o mesmo caminho, desde a Google ao McDonald’s, passando também pela Ikea e Starbucks. Muitas empresas chinesas estão fechadas, mas aqui, sobretudo porque o Governo de Pequim mandou estender os feriados do ano novo chinês para restringir os movimentos no país, alguns empresários, quando possível, preferem ter os funcionários a trabalhar a partir de casa e também há empresas que preferem pôr o pessoal de férias.
Na capital, o Executivo impôs restrições às viagens em transportes públicos enquanto, um pouco por todo o país, são cancelados os eventos que juntariam muita gente e encerrados locais turísticos muito procurados, desde parques de diversões à cidade proibida ou mesmo museus.
Este é o cenário de prevenção, um pouco por todo o país. Já a província onde nasceu o surto do novo coronavírus e a cidade de Wuhan, no coração do país, são zonas fantasma.
“É normal prever, sem grande alarmismo, a consequência económica entre 150 a 200 mil milhões de dólares”
Para João Marques da Cruz, presidente da câmara de comércio luso-chinesa, esta crise de saúde pública pode reduzir o PIB chinês em mais de 1%.
“Acho que o impacto será que o PIB da China, em vez de crescer os 6%, que foi aquilo que cresceu no ano 2019, vai provavelmente crescer 5%. Se alguém disser que será 4,5% também aceito”, explicou à TSF João Marques da Cruz.
João Marques da Cruz compara os efeitos deste novo vírus com o impacto causado pela síndrome respiratória aguda grave, em 2002, e afirma que pode triplicar o impacto causado pela SARS na economia chinesa. Na altura, este vírus infetou cerca de oito mil pessoas em nove meses, o mesmo número de contágios feitos por este novo coronavírus em menos de dois meses.
A grande diferença é que a taxa de mortalidade do SARS rondava os 10%, enquanto a deste novo vírus está, por agora, abaixo dos 3%.
“Os estudos apontaram para um impacto de 50 mil milhões de dólares por essa crise. Logo é normal prever, sem grande alarmismo, a consequência económica entre 150 a 200 mil milhões de dólares. O que significa 1% do PIB chinês”, acrescentou o presidente da câmara de comércio luso-chinesa.
Fonte: TSF