“A Câmara de Comércio e Indústria Luso-
Chinesa tem desempenhado um papel crucial
na promoção e no fortalecimento das relações
comerciais bilaterais, sendo uma plataforma
vital para promover o diálogo e a cooperação
entre as empresas dos dois países.”
António Noronha, presidente da CCILC
Muito bonita, significativa e bem participada foi a 10.ª edição da Gala Portugal – China, promovida pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa e levada a efeito, na noite de 29 de Outubro, no grande Salão Preto e Prata do edifício do Casino do Estoril, sob o inspirador mote “Uma Década de Conquistas Partilhadas/Tecnologia e Inovação como Motores para uma Nova Era de Cooperação”. Evento anual de prestígio, que é uma importante celebração das relações bilaterais entre Portugal e a China, esta Gala reuniu centenas de personalidades de destaque do mundo empresarial e institucional e evidenciou a vitalidade e o potencial de crescimento das relações económicas e culturais entre os dois países.
Foi também sublinhado o papel consolidado de Portugal como plataforma de cooperação entre a Europa, a China e os países de língua portuguesa, reforçando o compromisso conjunto com o investimento sustentado, a cooperação na inovação tecnológica e o desenvolvimento de oportunidades económicas mútuas, que uma lúcida e pragmática estratégia de internacionalização, aliada a uma eficaz e empenhada diplomacia económica, permitirá aprofundar ainda mais, no interesse de todos.
Um variado programa
Uma hora antes, num salão anexo, foi proporcionada uma recepção a todos os participantes, para conversas, contactos e convívio informal. Iniciada a sessão, fez as honras da casa o presidente da CCILC, António Sousa Noronha, proferindo o discurso de boas-vindas e referindo a missão do organismo que lidera e os sucessos alcançados no seu regular funcionamento. Seguiu-se uma interessante e esclarecedora “conversa em palco” com Carlos Cid Álvares, presidente do Banco Nacional Ultramarino e da Delegação da CCILC em Macau, que explicou as vantagens competitivas desta região administrativa especial chinesa, que foi território administrado por Portugal até Dezembro de 1999, e as novas oportunidades oferecidas pela ilha de Hengqin, na Zona de Cooperação Aprofundada com a Província de Guangdong, no contexto do impressionante projecto da Grande Baía de Guangdong – Hong Kong – Macau, que é uma das áreas de maior desenvolvimento físico e tecnológico em todo o mundo.
O jantar foi uma ocasião de celebração e partilha, tendo usado também da palavra, como convidados de honra, o Encarregado de Negócios da Embaixada da República Popular da China, Hu Bin, a presidente da Agência de Investimento e Comércio Externo de Portugal, Madalena Oliveira e Silva, e o Secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Pedro Machado, cujas comunicações foram da maior relevância, pela forma clara e positiva como expressaram os propósitos, as realizações e as políticas públicas no âmbito das respectivas responsabilidades, no que concerne às relações entre Portugal e a China. Além de um apreciado momento musical, foram atribuídos, na parte final da sessão, os prémios de mérito empresarial e, pela primeira vez, o Galardão General Vasco Rocha Vieira, recentemente criado para homenagear o ex-presidente do Conselho Empresarial da CCILC e último Governador de Macau, falecido em Janeiro do corrente ano.
Entidades Premiadas
Coube ao secretário-geral da CCILC, Bernardo Mendia, anunciar os vencedores dos Prémios Investimento, Comércio Externo, Greater Bay Area, Promoção Económica e Inovação: Grupo Portugália Restauração, Balanças Marques, Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, Protecting e 929 Challenge. Os membros do Conselho Estratégico da CCILC, Maria de Belém Roseira, Pedro Catarino e Maria Celeste Hagatong, o conselheiro Li Yong, da Embaixada da RPC, e o deputado Hugo Carneiro foram chamados ao palco para procederem à entrega formal dos mesmos aos representantes destas cinco entidades.
O Galardão General Vasco Rocha Vieira
O momento alto da Gala foi o anúncio da atribuição, pela primeira vez, do Galardão General Vasco Rocha Vieira a duas personalidades residentes em Macau, por decisão do Conselho Estratégico da CCILC, cujo presidente, Embaixador António Martins da Cruz, ao depositar os troféus nas mãos dos contemplados, juntamente com o presidente António Noronha, salientou os “contributos reconhecidamente significativos de ambos para o fortalecimento das relações entre Portugal e a China, nomeadamente o presidente do Instituto Internacional de Macau, Jorge Rangel, que foi membro do Governo do General Rocha Vieira, e o presidente do BNU, instituição bancária portuguesa que é banco emissor, Carlos Cid Álvares, que é também presidente da delegação da CCILC em Macau”.
Fizemos ambos as nossas intervenções na ocasião. Aproveito para transcrever a que foi proferida por Carlos Cid Álvares, deixando a minha para outro artigo, a publicar em breve, quando voltar a referir iniciativas no âmbito da CCILC:
“Estou muito feliz por estar aqui. Receber esta distinção, e partilhá-la com o Dr. Jorge Rangel, que tanto admiro, é uma grande honra. Para mim, este momento significa o reconhecimento de um esforço colectivo para tornar a relação entre Portugal e a China mais forte.
Este prémio tem o nome do General Rocha Vieira, o que me leva a recordar o meu pai, que também foi General do Exército Português e teria hoje 104 anos, e foi professor do então jovem oficial Rocha Vieira. Foi dele que herdei o respeito pelo General e um forte sentido de dever e serviço, que sempre tentei seguir na minha vida.
Quero agradecer à minha família, especialmente à minha mulher, que esteve sempre ao meu lado, com todo o seu apoio, nesta aventura pela Ásia. Um obrigado muito especial ao Grupo Caixa Geral de Depósitos. Deram-me a oportunidade única em 2018, ao conferirem-me a liderança do Banco Nacional Ultramarino, em Macau. Foi um desafio fantástico, que me permitiu servir de ponte entre duas culturas que tenho em grande estima. Aos membros do Júri e à Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa o meu reconhecimento. Este prémio não é um ponto de chegada, mas um incentivo para continuar a dar o meu melhor e a contribuir para esta relação tão especial.
E, claro uma palavra de grande admiração e companheirismo para o Dr. Jorge Rangel. Partilhar este momento é um privilégio. A sua dedicação a Macau e à relação luso-chinesa é um exemplo para todos nós. Recebo esta distinção não só por mim, mas em nome de todos os que trabalham todos os dias para construir uma relação mais forte e próspera entre Portugal e a China. Que o espírito de diálogo do General Rocha Vieira nos continue a inspirar. Muito obrigado a todos.”
As palavras oportunas do amigo Carlos Cid Álvares, cuja postura positiva, personalidade marcante e meritória obra são unanimemente reconhecidas, deram especial significado ao prémio, tornando essa ocasião ainda mais auspiciosa. Foi para mim uma honra e uma satisfação enorme partilhar com ele esta distinção.
Jorge A. H. Rangel
Fonte: Falar de Nós/Jornal Tribuna de Macau




