A cooperação económica entre a China e os países lusófonos depende dos governos, sublinhou o secretário-geral do Fórum de Macau em entrevista à Lusa, vincando que o organismo “não é uma agência de promoção”. Ji Xianzheng realçou ainda que o fundo de cooperação criado em 2013 terá regras “mais flexíveis” e formas de aplicação “mais diversificadas”
O secretário-geral do Fórum de Macau imputa aos governos nacionais a responsabilidade pela condução das políticas de desenvolvimento e cooperação económica. Em entrevista à Lusa, Ji Xianzheng atribui as críticas ao Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa a uma interpretação errada relativamente à missão do organismo, frisando que “o Fórum é um mecanismo de cooperação entre os governos centrais”.
“Muita gente pensa que é ao secretariado que cabe a execução das políticas, mas temos um número de pessoas limitado”, acrescentou.
“O secretariado não tem projetos de investimento, é um mecanismo de preparação da conferência ministerial, de ligação com os governos, não é uma agência de promoção. Não foi pensado assim, faz ligação com as agências de promoção. Somos quatro pessoas enviadas pela China e um delegado por cada país”, concretizou.
Na última conferência ministerial, em abril de 2024, o então ministro da Economia português Pedro Reis defendeu que o Fórum e o Fundo de Cooperação e Desenvolvimento China-Países de Língua Portuguesa deviam apostar mais nas pequenas e médias empresas (PME). O fundo de cooperação foi criado em 2013 pelo Banco de Desenvolvimento da China e pelo Fundo de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Macau, com mil milhões de dólares, dos quais cerca de 60% já foram investidos, segundo o secretário-geral.
Ji admitiu que as PME são “um tema difícil para qualquer governo” e que “a cooperação internacional para a promoção do desenvolvimento e cooperação das pequenas e médias empresas é ainda mais difícil. É um tema que está a ser debatido diariamente a nível mundial”. Porém, admitiu, “aqui, pouco”.
“Mas está estipulado no plano de ação (2024-2026). Cabe aos governos centrais e às câmaras de comércio, agentes de promoção, trabalhar conjuntamente para fazer isso. O secretariado assume a responsabilidade conforme autorizado pelos governos centrais, concretamente, no programa de atividades”, reforçou.
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JTM com Lusa




