O Governo chinês comprometeu-se esta quarta-feira, em Davos, na Suíça, a acabar com a miséria na China no prazo de três anos, apostando no fim do protecionismo e defendendo o livre comércio.
O compromisso de Pequim foi anunciado por Liu He, principal assessor económico do Governo de Pequim chinês e membro do Comité Central do Partido Comunista Chinês (PCC), ao discursar no Fórum Económico Mundial, que decorre naquela cidade suíça.
Na intervenção, Liu He explicou que o principal objetivo do executivo chinês é criar uma sociedade mais próspera e com menos desigualdades, afastar o protecionismo e apostar no livre comércio.
O responsável chinês salientou que, nos últimos cinco anos, o número de residentes em áreas rurais onde grassa a pobreza desceu de 100 para 30 milhões.
Segundo Liu He, Pequim vai assumir, “de frente”, vários dos problemas com que a China tem vindo a ser confrontada, como o mercado paralelo ou a elevada taxa de endividamento, que espera estabilizar também num prazo de três anos.
Nesse mesmo período, acrescentou, serão tomadas medidas para controlar a poluição atmosférica e reduzir as emissões de gases, para que “o céu da China volte a ser azul”.
A comunidade internacional, disse Liu He, está a seguir com atenção todas as medidas tomadas por Pequim, “que tem controlado os riscos sistémicos do endividamento”, e pretende melhorar os fluxos de atividade económica num país com elevadas taxas de juro.
Para enfrentar estes desafios, sublinhou, a China conta com uma economia que conjuga os modelos tradicionais de produção com as últimas novidades tecnológicas, “o que é uma vantagem”.
“A China vai conseguir um crescimento [económico] de qualidade e ser muito atrativa para os investidores”, com iniciativas como a “nova rota da seda”, conhecida localmente como “One Belt, One Road” (“Um Cinto, Um Caminho”), que tem subjacente a ideia de formar um corredor comercial que estreitará as relações com todo o espaço euro-asiático.