O comércio exterior da China bateu expectativas em janeiro, com um aumento de 30,2% anual nas importações e de 6% nas exportações, animadas pelo usual aumento de trocas antes do Ano Novo Chinês.
A Administração Geral de Alfândegas do país divulgou hoje que as importações da China aumentaram um 30,2% anual em janeiro até situar-se em 1,19 biliões de iuanes (153.000 milhões de euros).
Quanto às exportações, a China vendeu bens e serviços ao exterior no valor de 1,32 biliões de iuanes (170.000 milhões de euros) em janeiro, o que representa uma subida de 6% a respeito do mesmo mês do ano anterior, mas um arrefecimento frente à subida de 7,4% que se registou em dezembro.
Estes fluxos comerciais provocaram uma forte redução do excedente comercial da China, que desceu no primeiro mês do ano 59,7%, até situar-se em 135.800 milhões de iuanes (17.519 milhões de euros), quase um terço do registado em dezembro, de 361.976 milhões de iuanes.
Em janeiro de 2017, o excedente reduziu-se 2,7%, até aos 354.530 milhões de iuanes.
O volume total do comércio do país asiático, incluindo exportações e importações, subiu um 16,2% anual em janeiro até aos 2,51 biliões de iuanes (323.000 milhões de euros), impulsionado pelo aumento de pedidos e envios antes do período de férias de fevereiro.
No próximo dia 16 de fevereiro celebra-se o início do Ano Novo Chinês e, embora férias oficiais se estenderem do dia 15 ao 19, muitas empresas desaceleram ou inclusive paralisam a sua atividade durante este mês no país, pelo que aumentaram os seus intercâmbios em janeiro, sobretudo as compras.
Isto traduziu-se num significante aumento das importações, de 30,2%, que contrasta com o tímido avanço anual de 0,9% que se tinha experimentado no mês anterior e com o número médio de aumento das importações de 18,7% que houve em 2017.
“Esperava-se um aumento (das importações) pois (as empresas) aumentam o seu inventário antes do Ano Novo Lunar mas, como com as exportações, o resultado superou as expectativas”, explica a consultora Capital Economics na sua análise após conhecer-se os dados.
No ano passado, a festividade do Ano Novo realizou-se a 28 de janeiro, pelo que as companhias aumentaram as suas compras em dezembro em antecipação a este evento e reduziram a sua atividade em janeiro, pelo que a comparação de importações apresenta números de aumento tão elevados.
Dentro das importações, o setor que experimentou uma maior subida foi o de produtos de maquinaria, no qual as compras subiram 37,1% em janeiro.
Por sua parte, os aumentos de exportações mais significativos foram os de maquinaria, eletrónica e eletrodomésticos, enquanto se registou uma descida de 36,6% anual nas vendas de aço, até às 4,66 milhões de toneladas.
Por regiões, as trocas comerciais que mais aumentaram foram as que a China manteve com a Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), que subiram 27%, seguidos dos que fez com a União Europeia, que subiram 17,3%, e as dos Estados Unidos, que avançaram 11%.
Da UE, a China importou bens e serviços no valor de 156.720 milhões de iuanes (20.180 milhões de euros), o que representa um aumento de 37,3%, enquanto as vendas a essa região foram de um total de 222.830 milhões de iuanes (28.700 milhões de euros), mais 6,4%.
As importações de produtos dos EUA aumentaram 20,5%, enquanto as exportações subiram 7,5%.
A Administração Geral de Alfândegas também informou hoje que as empresas privadas tiveram um papel mais relevante no comércio em janeiro, aumentando a sua quota a respeito do volume comercial total em 0,2 pontos percentuais relativamente ao primeiro mês do ano anterior.