A CESL Asia, empresa dedicada às áreas da gestão energética e de infraestruturas, apostando igualmente numa maior sustentabilidade alimentar, apresenta amanhã, no primeiro dia do Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau, um projecto que diz ser inovador em termos de solução de gestão de instalações através de inteligência artificial. O presidente da empresa disse ao Jornal TRIBUNA DE MACAU estar a trabalhar com especialistas de muitos países e a dar seguimento às parcerias que estabeleceu. António Trindade sublinha que o fundamental é “saber lidar com o uso destas novas tecnologias e da complexidade de informação que temos ao nosso dispor e produzir o mais eficientemente possível”. A presença no certame ambiental, diz, “permite usar o conhecimento e a experiência para melhorar a qualidade de vida, partilhando isso com os clientes”
VÍTOR REBELO
Uma solução que optimiza a utilização de recursos e simplifica os processos operacionais, reflectindo a dedicação da CESL Asia à inovação e ao desenvolvimento sustentável no domínio de gestão de instalações, estará em discussão no dia inaugural do Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau 2024 (MIECF). A empresa assinou recentemente, com uma congénere francesa, considerada um dos grandes investidores mundiais em tecnologia, uma parceria para desenvolver soluções na Ásia, com Macau, Hong Kong e China incluídos.
“Estamos a pegar nas tecnologias que eles têm e transformá-las num serviço para gerir infra-estruturas e para gerir o mais eficientemente possível os edifícios e todo o tipo de instalações electromecânicas e por aí fora”, começou por dizer ao Jornal TRIBUNA DE MACAU o presidente da CESL Ásia.
O que António Trindade vai partilhar com clientes e outros interessados é a forma de lidar com estas tecnologias e com a capacidade de fazê-lo com mais complexidade de informação. Por exemplo, salienta o CEO da CESL Asia, “temos de tirar mais informação com tecnologia do que se está a passar em cada sítio, em cada edifício, em termos de uso, como as temperaturas, a qualidade do ar, uma série de factores, e combiná-la com o clima, o ambiente externo e a capacidade da própria instalação e produzir tudo aquilo que é possível, de uma forma mais eficiente”.
O que se faz na CESL Asia, prossegue António Trindade, “é renovar as inteligências artificiais, lidar com o big-data de uma forma muito mais sofisticada, utilizando ferramentas totalmente inovadoras”. Tão inovadoras – afirma – “que nós temos de as desenvolver constantemente, porque o uso muda todos os dias, as máquinas ficam mais velhas”, acrescentando que “os próprios sistemas hoje são mais fáceis para lidar com a complexidade e é isso que vamos explicar neste Fórum”.
Segundo António Trindade, a empresa tem estado a preparar estas aplicações, soluções tecnológicas, há alguns anos, “num contexto de muita sofisticação”, retendo a informação em relação a cada equipamento, peças, combinação do funcionamento para o uso, combinação com o clima. “Tudo isto são activos que nos permitem, neste momento, partilhar soluções”, refere o empresário, para quem “quase tudo isto que temos vindo a fazer é pioneiro”. “Fizemos um investimento enorme e começamos agora a ter clientes que nos pedem para trabalhar com eles, apresentando soluções diferentes”, prosseguiu.
E adianta mais: “São tecnologias que têm mais ou menos a mesma base, mas funcionam melhor numas certas circunstâncias do que em outras, e o que nós acrescentamos é perspectiva do utente e do utilizador, que é altamente diferenciador em relação ao que se faz com a tecnologia actualmente existente”. Dá o exemplo de dois aviões altamente sofisticados, cuja diferença é o piloto, a equipa que mantém o aparelho a funcionar, o uso que se dá ao avião. “É este tipo de coisas que vamos apresentar, lembrando que nós temos as nossas próprias aplicações, onde acoplamos toda a informação, para diferentes edifícios, diferentes clientes, diferentes usos”.
Falar de parcerias e partilhar experiências
O CEO da CESL Asia diz estar a trabalhar com especialistas de muitos países da Europa e da Ásia “onde congregamos as capacidades para validar soluções”.
Na apresentação no Fórum, a empresa vai igualmente falar de uma parceria, para outras soluções tecnológicas, como fazer a previsão de acidentes em obras de construção. “Com o mesmo tipo de soluções, e acoplado a outras soluções, podemos registar o controlo de qualidade da própria construção, a segurança no trabalho, a previsão de acidentes”, menciona o empresário. “Não é fantasia e tudo parece de facto ficção científica, mas são projectos desafiantes, porque nada vai ser como dantes”, assevera.
A CESL Asia tem desenvolvido nos últimos quase dois anos actividades na China e muito do que menciona António Trindade “é aplicado na China também com inteligência artificial, mas com outro tipo de soluções”. Para o responsável da empresa direccionada para as questões ambientais, “a CESL Asia habituou-se a inovar com racionalidade, sempre com a perspectiva de produzir labor, olhando para a experiência como uma projecção para o futuro.”
Sobre o MIECF, sublinha que “é particularmente relevante para a CESL Asia e para Macau, porque a nossa empresa foi pioneira neste certame, desde a primeira edição, uma vez que nos tornámos famosos por sermos o destino para o conhecimento ambiental”.
Em conclusão, António Trindade reconhece que “as coisas mudaram brutalmente”, mas o Fórum ambiental continua a ser a única feira que “tem alguma relevância”, até porque sempre se falou que o território necessitava de uma feira ligada às estruturas do ambiente, do lixo.
“Nós já olhamos para isto há décadas e com outra perspectiva”, asseverou, dizendo que “a CESL Asia tenta estar na vanguarda e com potencial fornecedor de soluções”. “Os nossos clientes percebem que hoje as coisas têm de ser bem feitas, porque as exigências de custos, mesmo custos sociais e económicos, são tão grandes que é difícil justificar quanta poluição é que se produz, quanto CO2 é que se produz, e quanto se evitou. Há, portanto, muitas destas preocupações que não se conseguem só com soluções à posteriori, mas tem de ser com esta perspectiva de inovar”.
Em jeito de conclusão, o presidente da CESL Asia reconhece que o MIECF tem contribuído para que possam mostrar o que fazem, “embora no Fórum apareçam muito produtos, muitas coisas, muitas soluções”.
Mais de 400 expositores nesta edição do MIECF
A área de exposição do Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau 2024, que arranca amanhã e termina no sábado, no Venetian, aumentou 20% em relação ao ano passado, para 12.000 metros quadrados, contando com mais de 560 stands. Os stands compõem cinco zonas de exposição: “Pavilhão da Região do Pan-Delta do Rio das Pérolas”, “Zona de Exposição das Indústrias de Protecção Ambiental da Grande Baía”, “Zona de Projectos Verdes e com Baixo Teor de Carbono”, “Zona de Exposição das Indústrias Verdes e Inteligentes” e “Zona de Exposição de Mobilidade Verde”. “No total, estarão presentes mais de 400 expositores, dos quais o número de expositores estrangeiros aumentou 55%. Além disso, a nova edição contará com a presença em Macau de participantes internacionais provenientes de mais de 30 países e regiões, para exposição, contactos comerciais e aquisições, com vista a explorar, em conjunto, as oportunidades de negócio internacionais da protecção ambiental”, revelou ontem a organização. O certame deste ano estará focado no tema “Alcançar a Dupla Meta de Carbono através da Transformação Ecológica”.
Fonte: Jornal Tribuna de Macau