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Luz Saúde faturou ao Estado 37,6 milhões com material contra Covid-19

Luz Saúde faturou ao Estado 37,6 milhões com material contra Covid-19
Publicado em 9 Julho, 2020
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O Relatório & Contas de 2019 do Grupo Luz Saúde não especifica quais foram os rendimentos da sua subsidiária GLSMED Trade SA, mas terão estado perto dos 19 milhões de euros. “O segmento de Outras Atividades obteve €19 milhões de rendimentos operacionais, um aumento justificado pelo crescimento das operações da GLSMED Trade, uma empresa de logística”, lê-se.

Em 2020, por causa do coronavírus, esse valor vai disparar. Aproveitando que o acionista principal do grupo, a Fosun, é chinês e tem uma plataforma de produção em Xangai, a GLSMED Trade SA tornou-se um dos principais players de venda de material (sobretudo máscaras) para o combate à pandemia.

Desde final de março a empresa assinou 19 contratos com o Estado, num valor de € 37.617.750. A esmagadora maioria desse total (35.810.000 euros) são da responsabilidade da Direção Geral da Saúde.
A líder do grupo privado de saúde deu uma entrevista ao Expresso em abril. Na versão online, Isabel Vaz fala sobre a vantagem de o acionista principal ser a Fosun: “Foi uma enorme vantagem. O Grupo Fosun é dono de hospitais na China que estiveram na linha da frente do combate à covid-19, na província de Hubei [onde surgiu o novo coronavírus] e tem uma farmacêutica que também tem uma grande experiência neste tipo de situação. Logo em janeiro fomos percebendo o que poderia vir aí, embora ainda achando que o vírus poderia ser travado na China – fico com a lição de que a globalização não nos permite ter este tipo de esperanças. Um dos grandes ensinamentos que os meus colegas chineses me passaram foi de que era indiferente se nós íamos ter ou não a obrigação de tratar a covid-19 porque quando o vírus estivesse na população as nossas unidades tinham que estar preparadas ao nível da separação de circuitos para os casos suspeitos. Disseram-nos: “Montem um hospital dentro do hospital” e foi o que fizemos no Hospital da Luz, em Lisboa. A grande ajuda que os colegas chineses me deram foi terem-me assustado a sério.”

Fonte: Sábado