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Exposição de arte contemporânea China-Portugal é aberta em Shanghai

Exposição de arte contemporânea China-Portugal é aberta em Shanghai
Publicado em 2 Julho, 2018
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Para quem gosta de arte contemporânea, talvez a Fundação de Fosun seja um lugar ideal para passar um tempo livre em Shanghai. Foi inaugurada no domingo uma exposição de arte contemporânea China-Portugal na cidade, com presença de quase 100 obras de 12 artistas chineses e portugueses.

Localizado na beira do Rio Yangtze, a Fundação de Fosun torna-se um novo marco cultural entre os amantes de arte da cidade.

Com o tema “Saudade: Lugar Imemorial no Tempo”, a exposição tem como objetivo elevar a confiança cultural da China e promover o intercâmbio cultural entre o país e a comunidade internacional sob a Iniciativa do Cinturão e Rota.

Saudade, uma palavra muito especial e tão difícil de achar uma tradução precisa em outra língua, representa uma memória agradável e desejo sobre o passado, mas muitas vezes, a realidade é contrária. É assim que a palavra “saudade” se refere a uma tristeza doce, uma contradição entre a realidade e a aspiração inicial, explicou a curadora da exposição, Yuko Hasegawa.

Seis artistas portugueses, incluindo Joana Vasconcelos, Rui Moreira, André Sousa, Luísa Jacinto, Pedro Valdez Cardoso, Vasco Araújo e José Pedro Croft, mostraram para a audiência chinesa as suas compreensões profundas e pensamentos filosóficos sobre a essência da saudade, por outro lado, os seus colegas chineses forneceram uma interpretação diversificada ao conceito pelas suas obras cheias de filosofia chinesa.

Rui Moreira, um artista que mora em Lisboa, trouxe cinco obras para a audiência chinesa esta vez. Na entrevista à Xinhua, ele contou a sua história na produção de uma obra artística.

“Geralmente obtive a minha inspiração na minha viagem ao Deserto de Sahara, à floresta da Amazônia e outros destinos. Viajei por mais de um mês anualmente para o exterior durante 12 anos”, disse Moreira. “Levei abastecimentos suficientes e fiquei sozinho no interior do deserto no sul de Marrocos por dias, observando e pensando, para fazer um rascunho de uma pintura.”

“Muitas vezes quando terminava a minha produção no fim do dia, somente conseguia perceber que a areia já tinha quase coberto o meu joelho, por causa da força eólica”, disse Moreira.

Depois desse flash de faísca na sua cabeça, ele geralmente leva meses para terminar uma obra de grande tamanho. No seu desenho, a audiência pode achar elementos culturais bem diversificados, de músicas e literaturas islâmicas, africanas, chinesas ou japonesas. É assim que ele tentou trazer à audiência uma experiência especial, uma jornada de tempo e passagem de espaço diferentes.

O escultor chinês Liu Jianhua usou milhares de fichas de casino para criar um módulo de Shanghai, uma metrópole que acolhe mais de vinte milhões de pessoas e com uma grande pressão sobre o meio ambiente e os recursos sociais.

“Shanghai é uma janela pioneira para o mundo conhecer a China e também um porto para chineses se conectarem com o mundo exterior, é uma máquina do tempo para nós viajarmos entre o passado e o presente”, disse Liu, apresentando desta maneira a sua saudade da cidade esquecida atrás dos conjuntos de arranha-céus.

A exposição vai durar até 26 de agosto. Em seguida, a exposição vai ser realizada também em Portugal, programada provavelmente para este outono, revelou Hasegawa.

Diário do Povo