
Os Estados Unidos ameaçam deixar de partilhar informações com os países da União Europeia caso a tecnologia chinesa seja aceite nas respetivas redes 5G.
Antes, Strayer já havia passado por Lisboa onde se reuniu com a Anacom, com empresas de telecomunicações portuguesas e até com o Governo para também tentar sensibilizar Portugal a resistir, por exemplo, à tecnologia da Huawei quando lançar em abril o leilão do 5G.
Em dezembro de 2018, no âmbito da visita a Portugal do Presidente chinês Xi Jinping, a AlticePortugal e a Huawei assinaram um memorando de entendimento para a”acelerar o desenvolvimento e capacitação da rede 5G em Portugal”, explicou na altura Chris Lu, o presidente da Huawei Portugal.
Agora, o responsável pela política cibernética do Departamento de Estado norte-americano lembrou que a rede de quinta geração é a infraestrutura de telecomunicações do futuro, mas é também uma rede complexa que será de controlo difícil e por isso os Estados Unidos vão ter “primeiro de reavaliar como o equipamento da Huawei vai impactar as redes” norte-americanas.
“Estamos muito preocupados. Os países têm de escolher fornecedores confiáveis” e oriundos de países “com regras e leis democráticas” e “escrutináveis”, sublinhou Robert Strayer.
Huawei contra-ataca em Espanha
A Huawei Espanha reagiu em comunicado às alegações do porta-voz dos Estados Unidos em Madrid.
Em comunicado, a empresa assumiu-se como “uma multinacional privada independente, comprometida com o trabalho de garantir operações seguras das redes de telecomunicações assim como nos serviços aos nossos clientes”.
“Os Estados Unidos estão a levar a cabo uma campanha global, atacando a Huawei sem nenhum tipo de prova ou indício que sustentem as suas acusações”, garantiu a sucursal da empresa chinesa.
O responsável norte-americano á havia estado na semana passada em Munique, numa conferência internacional de segurança, onde tentou igualmente passar a mensagem dos Estados Unidos.
Robert Strayer considera que a decisão do 5G não deveria ser tomada pelas empresas de telecomunicações, mas pelos próprios governos porque estará em causa a segurança nacional.
Como alternativa à tecnologia chinesa, o porta-voz dos Estados Unidos têm vindo a promover o trabalho da empresa sueca Ericsson, da finlandesa Nokia e da sul-coreana Samsung como estando tão avançadas na tecnologia 5G como a Huawei.
O vice-secretário de Estado para a Comunicação e Internet manifestou ainda o descontentamento dos Estados Unidos perante a posição do Reino Unido, que decidiu permitir às empresas chinesas o fornecimento de equipamentos para algumas infraestruturas da rede 5G em desenvolvimento no até há pouco membro da União Europeia.
Fonte: Euronews